quarta-feira, 25 de julho de 2007

Braga, um concelho de juventude, por Jorge Faria

Abordar a temática da juventude é sempre oportuno pois permite-nos debruçar sobre um grupo muito interessante, de forma nenhuma homogéneo. Ao longo dos últimos anos, ocasião em que o estudo dos vários perfis de juventude ou de jovens se tornou mais necessário, a sociedade despertou para o fenómeno da participação em contexto social dos jovens, um pouco o resultado de uma herança sucedânea de períodos marcadamente conturbados no contexto europeu e mundial onde os jovens se afirmaram e infirmaram um poder fechado e elitista que marcou os grandes regimes mundiais para a conquista de grandes contributos para a democracia.

Muitas vezes incorre-se em erros grosseiros olhando a juventude num quadro de estereótipos muito definido, assente numa ideia de jovem alienado da realidade e dos reais interesses dos mesmos. E porque tal acontece, muito recorrentemente assistimos ao que nos parecem ser mundos diferentes nos quais se movem os jovens, num dos lados, e a restante sociedade, no outro. Ora interessa verificar porquê tal situação acontece e porque razão esse fosso que separa uns e outros tem características de permanente intransponibilidade, ou se, pelo contrário, é apenas aparente e fruto de uma realidade construída por dificuldades na sua compreensão, motivadas por intransigência aos projectos de mudança que estes carregam.

Braga tem sido referenciada, de há alguns anos a esta parte, como sendo um concelho jovem. Tal afirmação parece-me cada vez mais ajustada porquanto os bracarenses à medida que os anos passam, interiorizam cada vez mais este conceito nas suas práticas quotidianas tornando-o mais real. Ora, tal abertura tem sido fundamental para o desenvolvimento local e não só, pois partiram desta cidade, no plano da juventude, contributos para todo o mundo.

Muitas vezes, ocorre questionarmo-nos sobre em que aspectos esta pujança juvenil tem sido importante para o crescimento e desenvolvimento bracarense, situação que surge pelo facto de, face a tão emaranhado envolvimento dos jovens na comunidade, por muito procurarmos não conseguimos ver o que está mesmo à frente do nariz. É possível encontrar traços de participação juvenil generalizada quase por toda a parte, em todas as esferas sociais. Contudo, pese embora o excelente contributo emprestado pelos jovens à comunidade, ainda subsistem dificuldades de participação na esfera pública de todo indesejáveis, pelo que é de suprema importância a implementação de políticas cujo objectivo seja o de Fazer Participar Os Jovens.

Texto de Jorge Faria (Ágora Bracarense)

1 comentário:

Pedro Morgado disse...

Os jovens de Braga não participam por vários motivos. O primeiro de todos é que os jovens de Braga são iguais aos outros jovens e, por isso, naturalmente alienados e afastados da acção cívica dos dias que correm.
Adicionalmente, a dinâmica da cidade/concelho não convida à sua participação: existem poucas associações e as que existem são, normalmente, demasiado ligadas aos partidos ou à Igreja.

Pode ser que a Ágora, se conseguir sedimentar-se enquanto associação independente, ajude a inventer a tendência.